3 mitos sobre a contratação de pessoas com deficiência

Cada vez mais a inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho vem sendo discutida, parte disso pela obrigatoriedade imposta pela Lei de Cotas, mas também pelos resultados que isso gera para empresas. Dados de 2015 mostram que apesar do desemprego em geral atingido 8,9% dos trabalhadores brasileiros, o número de PcDs contratados seguiu o oposto, crescendo 5,8%. Por isso separamos 3 mitos que podem ajudar a tornar sua empresa mais inclusiva.

A Ação Social para Igualdade das Diferenças (ASID Brasil) é uma ONG de Curitiba que atua no apoio e melhoria da gestão de outras instituições do terceiro setor focadas no desenvolvimento de pessoas com deficiência. A Polímatas já conversou com o polímata Alexandre Amorim, um dos empreendedores que deu vida ao projeto, para descobrir a história de como a Asid começou.

1) As pessoas com deficiência não são produtivas.

Esse é um mito que não tem base e acontece pela falta de conhecimento das pessoas em geral sobre o potencial das pessoas com deficiência. Porém, para mostrar todo o seu potencial é necessário que a vaga seja preenchida com uma pessoa com perfil compatível e que a equipe esteja de braços abertos para receber uma PcD.

Dizer que a vaga deve ser preenchida com uma pessoa de perfil compatível não quer dizer que deve ser exclusiva para uma PcD, pois isso inclusive é ilegal, mas que a pessoa contratada se adeque ao perfil que a empresa procura. Por exemplo, para contratar para uma vaga estratégica você não procura alguém com perfil mais operacional, e vice-versa, não é mesmo?

Estar de braços abertos signfica ter ciência do potencial e as dificuldades que uma PcD enfrenta, de uma forma que todos se tornam responsáveis pelo processo de inclusão. Isso pode ser feito através de palestras e workshops inclusivos.

Um estudo do Instituto Alana e um case da ASID mostram que além de serem produtivas, a inclusão e a sensibilização quanto aos PcD’s intelectuais gera o desenvolvimento de competências como paciência, abertura a novas realidades e empatia. Leia mais em: Competências desenvolvidas com a inclusão consciente.

2) Não saberei como me comunicar, liderar, dar e pedir feedback caso contrate uma PcD.

Esse sentimento é compreensível, principalmente para as pessoas que não têm contato com deficientes no dia a dia. Mas sabe, isso não é de fato uma barreira, pois existem muitas formas para superar. Uma delas é se preparando e preparando sua equipe fazendo cursos de LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais), outra é utilizando tecnologias assistivas como o Hand Talk, Rybená e o Essential Accesibility, que ajudam na comunicação, e logo também, na equalização da produtividade de pessoas com e sem deficiência.

O pessoal do Sebrae-Sp lançou um guia bastante prático sobre como atender pessoas com deficiência, que nós consideramos extremamente útil e indicamos sempre.

3) Não existem candidatos disponíveis.

Olha, sera mesmo que não existem candidatos? Se eu te falar que na cidade onde você mora, pode existir pelo menos uma instituição que atua com pessoas com deficiência e pode ter candidatos para indicar? Em grandes centros chegam a ser centenas de instituições, como as APAEs. Mais do que cadastrar a vaga em um site e esperar os candidatos se cadastrarem, você mesmo pode entrar em contato com as instituições e ter acesso aos candidatos, conhecê-los e selecionar quem você mais considerar adequado a vaga.
Os ganhos dessa abordagem são diversos, um deles é a sensibilização que você terá ao conhecer a realidade de uma instituição e o trabalho que ela desempenha com os alunos. E o outro é conhecer o potencial dessas pessoas. Tudo isso torna a inclusão mais natural e altamente assertiva.
O plus desse processo é que em qualquer momento de dúvida ou emergência, como por exemplo:

  • Crises da PcD
  • Falhas de comunicação
  • Resolução de conflitos

Você possivelmente terá o suporte dos psicólogos e pedagogos da instituição, que em muitos casos já conhecem essas pessoas a anos e vão te dar a tranquilidade para resolver o que aparecer pela frente.

Aqui na ASID Brasil, um de nossos cases diz respeito ao auxílio no processo de inclusão de pessoas com deficiência intelectual da Escola Especializada Primavera na empresa Pelissari Gestão e Tecnologia. O projeto consistiu na criação da ponte entre empresa e instituição e hoje em dia outras pessoas com deficiência intelectual estão sendo contratadas naturalmente. Esse projeto foi um dos vencedores do Prêmio Luiz Hamilton Berton, da ABRH-PR em 2016.

Para saber mais informações sobre o mercado de trabalho para PcD’s, outros mitos e cases de inclusão, acesse gratuitamente o e-book: Guia de como realizar a inclusão consciente, da ASID Brasil.

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